Saturday, August 13, 2005

Um bom ano - Peter Mayle

Sobre o quê- Um executivo do mercado financeiro é subitamente demitido e, no mesmo dia, descobre que ganhou uma herança do tio. Uma propriedade na França, onde ele costumava passar as férias. O lugar é enorme, fica no charmoso interior francês e tem até uma produção independente de vinhos. Ele viaja sonhando em mudar de vida, conhece várias pessoas e descobre um segredo muito importante.

Crítica – Desculpem o “sobre o quê” tão bobão, mas a história é essa mesma, e o segredo é mesmo importante para a história. A história é que não é importante para o fato de gostar ou não do livro. Ex- redator publicitário, Peter Mayle se especializou em escrever livros falando da boa vida dos franceses do interior. Começou com “ Um ano na Provence”, que realmente era incrível. Mas talvez fosse assim porque eu nunca tinha ouvido falar na Provence e tudo era novidade naquele livro. Os cenários eram maravilhosas, as descrições não eram chatas, todas milagrosamente feitas na hora certa, e havia alguma coisa naquela literatura que realmente fazia a gente se sentir na Provence. Venho buscando essa sensação em todos os outros livros de Peter Mayle, se não me engano esse é o quarto que leio. Até agora não descobri se é não acho nada demais porque comparo todos ao primeiro ou se não são nada demais mesmo. Em seu último romance, o autor nos leva a um passeio por uma pequenina cidade no interior da França, mostra os peculiares hábitos de seus habitantes, descreve com louvor o apetite deles, obviamente motivado pela comida e a bebida e também faz um misteriozinho. Esse ingrediente final ( com tanta comida no livro, ingrediente é palavra certa) é a única diferença desse livro para os demais. E é um mistério tão pequeno que nem o próprio autor parece dar valor a ele. Faz muito bem. Leitores de Peter Mayle gostam mesmo é de passear por vinícolas francesas, ler um texto bem humorado e de tão bom gosto quanto a comida descrita. Não é um livro que você não consegue largar, mas é um livro que você tem vontade de pegar para relaxar, meio como se faz com a sessão de quadrinhos do jornal, sem pretensão de seriedade mas com um certeza de qualidade. Muita gente chamaria de literatura fácil, mas quem não quer uma vida fácil e regada a vinho de vez em quando? Só faltava vir com o aviso “leia com moderação”.

Gisela Cesário