Wednesday, July 26, 2006

Pergunte ao pó - Jonh Fante

Sobre o quê: Sonhando em ser escritor, Arturo Bandini, americano do Colorado e descendente de italianos, vive num hotel decadente de Los Angeles. Enquanto tenta escrever um conto que lhe garanta pagar o aluguel ou o grande livro que lhe tornará famoso, se apaixona por uma garconete mexicana e faz tudo que pode, inclusive escrever, para conquistá-la. ( O pó tem a ver com a poeira do deserto de los angeles, não é sobre cocaína).

Crítica: Bukosvky já escreveu sobre esse livro. Artur Dapieve já escreveu sobre esse livro. Tenho certeza que milhares de outras pessoas importantes também. Agora chegou a minha humilde vez. Como não tenho leitores, posso dizer o que quiser e não me sinto nem um pouco na obrigação de concordar com gente inteligente e conhecida. Até torci secretamente pra achar o livro uma porcaria e acabar com essa ditadura de Jonh Fante. Mas vou ter que repetir aqui as mesmas coisas que já li em todas as críticas como uma simples maria vai com as outras.
Talvez a única grande diferença é que todos os outros críticos se apaixonaram pela garconete mexicana e eu me apaixonei mesmo pelo Arturo Bandini. Como não se apaixonar? Como não ter vontade de ser garçonete e mexicana?
De início, o personagem de Jonh Fante faz com que todos os escritores se identifiquem com ele, quem já é famoso e quem já pensou em ser (isso, claro, inclui todos). Depois, faz com que todos que já sonharam desperamente conseguir alguma coisa se identifiquem com ele. Finalmente faz com que todos que se apaixonaram por alguém, só de olhar pra essa pessoa, se identifiquem com ele. Portanto, se você não se identificar com ele não significa que você não é parecido com o Bukovisky, significa que não é desse planeta. E só pra dar a impressão que ele está falando diretamente com quem nasceu aqui ou outro lugar diferente de Los Angeles, ele ainda faz com que todos que já imaginaram uma vida em holywood se idenfiquem com ele. Desde nós, rélis tupiniquins, até os caipiras dos EUA.
Claro, ainda tem a história de amor dele com a mexicana. Uma história que, como a maioria das histórias de amor, acontece mais na cabeça de quem ama do que na realidade mesmo.
Ler John Fante é passar um tempo nessa cabeça que ama sem retorno, que quer ser escritor, que gasta todo dinheiro que ganha e se imagina muito famoso e passa situações de fazer rir e chorar ao mesmo tempo.
Um mundo fascinante, no qual todos nós vivemos todos os dias, mas parece que só descobrimos depois de ler “Pergunte ao pó”.

Gisela Cesario