Thursday, April 13, 2006

A irmã de Becky Bloom - Sophie Kinsela

Sobre o quê: A consagrada consumista Becky descobre que não é filha única. Ela tem uma meia-irmã. Mas isso não é o que mais surpreende nossa personagem, o mais incrível para ela é descobrir que sua própria irmã simplesmente odeia fazer compras.

Crítica: Não sei a Sophie Kinsela tem um fã clube, se tiver, certamente eu poderia ser a presidente, ou pelo menos ter um cargo de diretoria. Li todos os seus livros e adorei cada página deles, todos são surpreendentes. Com exceção deste. Vejam bem, não estou dizendo que o livro não é bom. Estou dizendo que não é surpreendente. Bom, o que a gente espera quando lê uma continuação de um livro ou vê a continuação de um filme? Claro, que não seja tão bom quanto o primeiro, aquele que deu origem à série. Esse é o motivo pelo qual todos os livros de Sophie ( um não é sobre Becky, mas é parecido) foram surpreendentes. Eles são simplesmente tão bons quanto o primeiro, coisa que ninguém podia esperar. O que todo mundo podia esperar era que um dia, a autora fosse escrever um livro que não fosse assim tão surpreendente. Um livro legal que seguisse a mesma receita sucesso, mas não tivesse aquele brilho do primeiro. Não é isso que todo mundo faz? Pois é. Por isso “A irmã de Becky Bloom” não surpreende. A idéia de confrontar Becky com uma pessoa totalmente pão-dura é genial, mas há uma voz politicamente correta que tanto grita que consegue desviar nossa atenção da história. Sim, a irmã de Becky reutiliza pó de café porque teve uma infância pobre, ela nem se sente corajosa suficiente para se olhar no espelho sem se achar fútil e mimada. E claro que, colocadas numa situação limite, onde a própria vida está em risco, as duas descobrem que têm em comum o senso de humor,a compulsão(uma em gastar pouco, a outra, muito) e o grande coração. Será que a irmã fica menos pão dura e Becky menos gastadeira? Não é um dilema digno dos sempre divertidos, hilariantes livros de Sophie.
Nas suas aventuras anteriores, Becky não passava mais de dez páginas sem encarar uma situação que parecia sem saída, não por ser dramática, mas por ser absurdamente engraçada, como ter que pagar duas festas de casamento em dois lugares diferentes. Depois, milagrosamente, ou melhor, genialmente, ela resolvia o problema para entrar numa calmaria que duraria no máximo outras dez páginas.
Foram 3 livros (Repito, em um deles a personagem não é Becky mas o ritmo é igualmente intenso), três pequenos tijolos de cerca de 300 páginas sem perder o fôlego. Agora parece que a autora parou para descansar. A gente entende. Fazer o quê? Só torcer para que a energia volte logo no próximo livro.

Gisela Cesario