Tuesday, November 10, 2015

Becky Bloom em Hollywood - Sophie Kinsella

Sobre o quê – Advinha? É sobre a Becky em Hollywood? Você não sabe quem é Becky? Então vá ler os “Delírios de Consumo de Becky Bloom” e depois volte pra essa resenha, sério, é por lá que você deve começar. Bom, o título é auto explicativo, Beky vai morar em Los Angeles porque o marido arrumou um emprego lá.  Aí tudo é confusão, quase como sempre.

Crítica- Se tem uma coisa que sempre me impressionava na Sophie Kinsella era o fato de ela conseguir manter a qualidade em todos os seus livros, não só o que têm a Becky como protagonista, mas todos, absolutamente cada um deles.

Infelizmente, pra nós e pra ela, isso era verdade até esse título. O problema com o livro é justamente esse, ele tem tantas imperfeições que parece ter sido escrito por outra pessoa.

Dá impressão que a Sophie Kinsella somente assinou.  E sem ler.

De cara, se nota uma quantidade enorme de infantilidades que destoa da obra da autora. Veja bem, detesto o termo literatura “mulherzinha”, mas consigo aturar, agora se houvesse um termo para esse livro, seria literatura “adolescentezinha idiotazinha”.

É absurdo o fato de Rebecca ( a nossa Becky) ter ficado mais infantil com o passar dos anos, tão infantil a ponto de ter discussões tatibitati com a melhor amiga. Só faltou as duas irem brincar num parquinho. Juro.

Como eu sou fã da autora, a ponto de ficar toda empolgada quando vejo um lançamento na livraria, imaginava que ia haver uma reviravolta típica dos seus livros.

Ora, estamos falando da mulher que escreveu mais de 5 livros da Becky impecáveis, sem falar nos que tinham protagonistas diferentes, pois outro ponto de destaque da autora sempre foi justamente saber que determinadas histórias não combinavam com a personagem dos “Delírios de Consumo”, por isso, era criada outra, como foi com a executiva Samantha Sweet, se não me engano, e mais com mais umas duas, pelo menos
.
Uma história bem contada sempre pareceu ser a prioridade de Sophie, ainda que Becky tivesse que ficar de molho.

Por isso, durante as não sei quantas páginas de “Becky Bloom em Hollywood”, achei que algo mágico devia estar para acontecer, íamos descobrir que ela estava sob o efeito de anti depressivos ou drogas pesadas ou viriam situações tão hilárias que nem iríamos lembrar de tanta bobagem.

Mas nada disso acontece.

Além de parecer um pesadelo infantil, e, pra mostrar que é sempre possível piorar, o livro termina com um monte de problemas estranhamente não resolvidos, como se alguém decidisse tomar a prova da aluna antes de ela conseguir responder tudo.

Dá a impressão que um apito tocou e a edição foi entregue, só deu tempo de escrever “fim”.

Sei o quanto o mercado editorial é cruel e que a vida também não tá fácil pra ninguém, mas como não perceber que um miserável ( no sentido mais triste da palavra) título pode comprometer toda uma obra escrita de forma artesanalmente perfeita? E estou me referindo a livros com mais de 300 páginas cada.

Acho que foi isso e não o fato de ter lido um livro bobo, porque o livro é isso mesmo- bobo, feio e chato- com seus diálogos idiotas- isso que me deixou triste a ponto de voltar a esse meu espaço de resenhas tão abandonado!

Eu precisava contar para o mundo ou para os meus pouquíssimos (mas selecionados!) leitores que Sophie Kinsella não é assim. Becky Bloom não é retardada, nem seus livros são uma sucessão de piadas mal contadas.

Isso foi um engano terrível, somente isso, um escorregão, uma pisada em falso seguida por um tombo monumental.  E todas as fãs da Becky vão torcer muito para que jamais volte a acontecer.

Gisela Cesario.